“Se realmente quisermos mudar a Educação, temos de ouvir o conhecimento e a opinião de quem fará isso na prática”. Com essa frase, o movimento Todos Pela Educação apresenta os resultados da pesquisa Profissão Docente, realizada em parceria com o Itaú Social e o Ibope Inteligência.
Em todo o Brasil, há cerca de 2,2 milhões de professores, 56% deles na rede pública municipal, 41% na estadual e 22% na rede particular (a soma ultrapassa 100% pois muitos lecionam em mais de uma rede). A pesquisa, em uma primeira etapa, ouviu 1800 professores, por meio de pesquisa online, sobre referenciais da atuação docente. Em seguida, conversou em profundidade com 54 professores, em uma etapa qualitativa. No final, o levantamento entrevistou 2160 professores em uma pesquisa quantitativa via telefone.
O levantamento apurou informações sobre atratividade da carreira, formação inicial e continuada, trabalho colaborativo com seus pares e gestão escolar. Os resultados completos estão disponíveis em um documento para download e também neste site.
Confira, a seguir, alguns dados que foram levantados sobre esta que é a profissão mais numerosa do país, responsável pela formação dos futuros cidadãos e também uma das menos valorizadas, segundo os próprios professores.
- A maioria dos professores é mulher (62%) e é também a pessoa com maior renda na família (71%).
- 33% estão totalmente insatisfeitos com a carreira. Entre os motivos estão a desvalorização (48% das respostas), a má remuneração (31%), a rotina desgastante (15%) e a falta de infraestrutura e de recursos (13%).
- Além de aumento salarial (62%), os professores querem urgentemente mais formação continuada (69%), querem ser ouvidos para a formulação de políticas educacionais (67%) e querem a restauração da autoridade e do respeito frente à comunidade escolar (64%).
- 71% dos professores estão insatisfeitos com sua formação inicial. Para eles, faltaram conhecimentos sobre gestão de sala de aula (22%) e sobre fundamentos e métodos de alfabetização (29%).
- Apesar de ser lei, apenas 30% dos professores conseguem passar ⅓ do tempo em atividades extra-classe. Vale lembrar que 37% deles dão aula em mais de uma escola e 29% ainda fazem trabalhos extras.
- Os professores querem mais recursos digitais (77%) e mais materiais de apoio para implementar o currículo (73%). Mas a realidade é outra: apenas 17% afirmaram que seus alunos receberam o material didático no primeiro dia de aula.
- Em relação à Secretaria de Ensino, além de salário, reconhecimento e envolvimento nas decisões, os professores também estão insatisfeitos com os critérios para progressão na carreira, aposentadoria e principalmente apoio à saúde.