Há um clima de desconfiança e insegurança entre os alunos das faculdades Anhanguera e Pitágoras. Ambas pertencem ao grupo Kroton, o maior do país na área educacional. A Anhanguera está instalada no final da rua do Retiro, perto da marginal da Autoban; a Pitágoras, na antiga fábrica de fósforos Andrade e Latorre, na rua São Bento, perto da avenida dos Ferroviários.
A Kroton decidiu mandar os alunos, os professores e os cursos hoje existentes na Pitágoras para o mesmo prédio da Anhanguera. Não há notícias ainda da demissão de professores- algo que é esperado. Mas já se fala de salas de aula com até 150 alunos.
Vizinhos da Anhanguera, e gente que passa diariamente pela rua do Retiro, já estão indignados. Explicam que o tumulto já é grande, tanto no trânsito quanto nas calçadas, nos horários de entrada e saída de aulas; com a chegada dos novos alunos, o tumulto deve se multiplicar. Alegam também que a região não tem estrutura suficiente para receber tanta gente.
O barulho chegou ao Sindicato dos Professores de Jundiaí, o Sinpro. “É totalmente antipedagógico ter salas de aula com tantos alunos, diz a presidente do Sinpro, Sandra Baraldi. Se a qualidade de ensino já está a desejar, com o inchaço das salas deverá piorar”.
Alunos da Pitágoras também reclamam, uma vez que não foram consultados sobre a mudança. Para muitos, a distância poderá ser um obstáculo. E há gente pensando em mudar de escola por causa disso. Segundo o site da Pitágoras, a unidade de Jundiaí oferece 12 cursos. A Anhanguera conta com 29 cursos, segundo seu site.
O Sinpro está distribuindo uma carta aberta aos professores e alunos. Nela questiona a mudança e estranha o silêncio de todos a respeito. “Os transtornos são inimagináveis. Haverá vagas para todos os alunos? Quantos professores serão demitidos em nome da racionalização? Quais as consequências para alunos e professores, uma vez que o prédio da Anhanguera é carente de estrutura, como estacionamento, lanchonetes e outros?”, diz trecho da carta.