O trabalho docente vem em processo constante de transformação e o uso intensivo de novas tecnologias tem muito a ver com isso. A preparação das aulas com recursos multimídia demandam tempo, atualização constante, tanto do professor, quanto das ferramentas de hardware e software. Com isso, os docentes ganham novas responsabilidades e jornadas de trabalho cada vez mais elásticas.
Muitas instituições de ensino pressionam os professores para que produzam conteúdos para os websites das escolas, para que mantenham blogs, fóruns e chats para trocar informações com os alunos, para que respondam e-mails com atendimento individualizado a qualquer tempo, ou seja, atividades que ultrapassam a carga-horária contratada. De certa forma, os docentes estão disponíveis para trabalhar o tempo todo.
Com o discurso monocórdio de que a tecnologia veio para facilitar, os representantes dos sindicatos patronais resistem em avançar na limitação dessas atividades e de remunerar todo o trabalho executado, dentro ou fora da sala de aula.
Os professores não se colocam contrários ao uso de novas tecnologias e o acompanhamento nos locais de trabalho tem demonstrado que essa prática traz prejuízos para quem ensina e para quem aprende. A sobrecarga de trabalho compromete a saúde dos docentes e interfere diretamente na qualidade de ensino.
Tem algo errado no ensino privado!
Fonte: Contee