Os professores do Sesi e do Senai continuam em campanha salarial. Na assembléia realizada pelo Sinpro (Sindicato dos Professores de Jundiaí), a proposta patronal, de aumento de 10,57% em duas vezes, foi rejeitada. A data-base dos professores é 1º de março.
“É uma negociação difícil – explica a presidente do Sinpro, Sandra Baraldi. Os representantes do Sesi e Senai estão tratando os professores com desprezo, a ponto de oferecer um aumento em duas vezes, quando o orçamento é anual”. Antes disso, a Federação dos Professores conseguiu uma sentença judicial, tornando o aumento retroativo a primeiro de março – suspeitava-se que o Sesi e Senai estavam protelando a negociação para somente pagar o aumento a partir da data de sua aprovação.
Para a maioria dos professores do Sesi e do Senai, a preocupação maior da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), presidida por Paulo Skaf, é política. “Usaram dinheiro para pagar a campanha “não vou pagar o pato”, para produzir os patos e para publicar anúncios em jornais”, diz Sandra.
Há outro detalhe nessa campanha – a parte administrativa do Sesi e Senai (escriturários, coordenadores, faxineiros, porteiros), que está em outro sindicato, teve aumento de 11,78% desde 1º de janeiro, numa única vez. “Talvez isso explique os “conselhos” que algumas coordenadoras estão dando aos professores, de que esse aumento está de bom tamanho”, diz Sandra.
Os professores das escolas particulares, principalmente faculdades, também estão apreensivos. “Não há boa vontade por parte dos patrões, que usam a crise como desculpa para demitir e achatar os salários. Mas vamos bater o pé pelos 15%”, finaliza Sandra.